Conselho consultivo: 5 motivos para implementar em sua empresa

Conselho consultivo: 5 motivos para implementar em sua empresa

A implantação de um conselho consultivo pode ser o primeiro passo para adotar as melhores práticas de governança corporativa em sua empresa, ainda que ela seja familiar. Tudo isso com independência e baixo custo – ou, até mesmo, a custo zero.

Quando uma empresa decide se aventurar pelas boas práticas de governança corporativa, uma das primeiras medidas costuma ser a implantação de um conselho. Muitas vezes, o empreendedor opta por começar pelo de administração – que, ao lado do conselho fiscal, é regido pela Lei das Sociedades Anônimas. No entanto, apesar dessa previsão legal, iniciar pelo conselho de administração nem sempre é o caminho recomendado.

Vários são os motivos para isso. Muitos empreendedores, por exemplo, têm receio de deixar as deliberações nas mãos de pessoas de fora da organização. Isso é muito comum, sobretudo, em empresas familiares, nas quais a palavra final fica restrita a um pequeno grupo de parentes, chegando, no máximo, a um advogado de confiança.

Outra questão fundamental é o investimento. Principalmente para pequenas e médias empresas, o custo de implantação e manutenção de um conselho de administração pode, num primeiro momento, não caber no orçamento.

Em uma ou outra situação, implementar um conselho consultivo pode ser o primeiro passo para profissionalizar a gestão da sua empresa, independentemente do porte dela, conforme as melhores práticas de governança corporativa. Quer saber por quê? Então, continue a leitura.

O que é conselho consultivo?

Carlos Alberto Ercolin, presidente executivo da ACBrasil

De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), o conselho consultivo é uma alternativa transitória ao conselho de administração. Implantá-lo é indicado, sobretudo, para organizações em estágio inicial de adoção de boas práticas de governança, tema para o qual o IBGC dedicou uma de suas principais publicações.

No Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, cuja versão mais recente é de 2015, a entidade detalha a diferença entre os conselhos consultivo e de administração:

“O conselho consultivo difere do conselho de administração por não ter poder decisório, nem integrar a administração. Ele não é deliberativo, apenas aconselha e propõe recomendações que podem ou não ser aceitas pelos administradores.”

Em outras palavras, o conselho consultivo atua no assessoramento do gestor. Cabe a ele apoiar a tomada de decisão, e não executá-la. Ou seja, por serem consultivos, os conselheiros não afetam a hierarquia da empresa.

“Nós sugerimos que uma empresa familiar, por exemplo, se assim o desejar, inicie [as boas práticas de governança] pelo conselho consultivo. Depois que pegar gosto, perceber que não há risco de os conselheiros tomarem o controle da empresa, a venderem ou fazerem aquisições, ela pode seguir adiante e instalar um conselho de administração”, reforça Carlos Alberto Ercolin, presidente executivo da Associação de Conselheiros do Brasil (ACBrasil).

Por que implementar um conselho consultivo?

São muitas as razões que levam as empresas, em especial as de pequeno e médio portes, a perceber a necessidade de implementar um conselho consultivo. O principal deles, no entanto, está em sua própria estrutura.

Em empresas familiares, é comum a existência de um conselho informal, composto por pai, mãe, filhos e outros parentes próximos. O problema é que tamanha proximidade pode resultar num conflito de relações – o papel de marido, por exemplo, se confunde com o de empresário. Além disso, como os integrantes da família compartilham a mesma visão de mundo, uma opinião externa, fora daquela realidade, pode ampliar os horizontes, auxiliando, até mesmo, na longevidade da organização.

“A primeira motivação para a implantação de um conselho consultivo é buscar alguém de fora da organização para dar um ‘refreshment’, trazer um ar de inovação e de coisas que funcionam em outras empresas”, observa Ercolin, que já foi conselheiro consultivo de uma empresa familiar em Santa Catarina e hoje tem essa função no Project Management Institute Paraná (PMI-PR), além de ser professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Ainda de acordo com o presidente executivo da ACBrasil, a criação de um conselho consultivo representa um ponto de virada na história da organização, rumo a uma gestão mais profissional.

“Antes do conselho consultivo, as decisões são muito baseadas no feeling, na experiência pessoal, no passado, nos vieses comportamentais. Com a implantação, a tendência é que a gestão se profissionalize. Então, não se trata mais de viés ou feeling, e sim de comprovação por meio de informações, dados, pesquisa, ciência”, afirma.

Formalização dos processos

Por isso mesmo, acrescenta Ercolin, a implantação de um conselho consultivo pode até começar por pessoas de fora da família, mas próximas – como um advogado amigo. Entretanto, recomenda-se que o grupo seja formado por conselheiros independentes, externos à organização.

“É o ideal, já que essas pessoas não têm relação de afeto ou financeira com o fundador da empresa”, salienta.

Outro motivo para investir em conselheiros consultivos externos é a formalização dos processos. Como essas pessoas são profissionais de mercado, elas exigem uma dinâmica diferente de trabalho, marcada pela disciplina.

“Conselheiros profissionais requerem atas ou pautas para discussão. Pedem o envio prévio de documentos que serão discutidos em reunião. Essa formalização é muito importante e contamina positivamente a empresa como um todo. Afinal, se eu tenho que entregar um relatório com uma semana de antecedência para o conselho consultivo, vou exigir do meu funcionário duas semanas antes e assim por diante”, exemplifica Ercolin.

Qualidade a baixo custo

Na visão do presidente executivo da ACBrasil, o maior entrave para a implantação de conselhos consultivos nas empresas brasileiras é a falta de informação.

“Se o empresário pesquisar, se aprofundar nesse tema, verá que só há pontos positivos em um conselho consultivo. E tem mais: diferentemente de um conselho de administração, que você precisa colocar no regimento interno da empresa e eleger os membros em uma assembleia geral, entre outras medidas, o consultivo é informal. Isto é, ele pode ser criado num dia e desconstituído no dia seguinte. Essa facilidade e essa velocidade só trazem benefícios para a empresa”, avalia.

Mais um ponto a favor do conselho consultivo, na comparação com o de administração, é o custo – bem menor. Isso porque muitos profissionais gabaritados, com mestrado, doutorado ou experiência internacional, se oferecem para serem consultores como forma de ingressar nessa carreira. Com isso, costumam cobrar menos que conselheiros administrativos, podendo, até mesmo, atuar pro bono, ou seja, sem remuneração.

“Há muita gente boa no mercado, e a própria ACBrasil conta com uma grande rede de networking. Nós temos vários conselheiros, todos com experiência, que se prontificam a atuar com custo zero. E se o empresário não gostar do profissional indicado, basta trocar por outro, de forma fácil e também sem custo”, ressalta Ercolin.

5 benefícios do conselho consultivo

Em resumo, só há vantagens em implantar um conselho consultivo em sua empresa. Trata-se de um processo fácil e barato, fundamental para o empresário que deseja trilhar o caminho das boas práticas de governança corporativa.

Com base no que foi visto acima, podemos elencar, pelo menos, cinco benefícios da implementação de um conselho consultivo, a saber:

  1. Diversidade de opinião
  2. Independência
  3. Inovação
  4. Profissionalização
  5. Baixo custo (ou, até mesmo, custo zero)

A ACBrasil pode ajudar a sua empresa na criação de um conselho consultivo. Mais do que isso, a entidade oferece consultoria completa, desde o diagnóstico da maturidade da governança até a implantação das melhores práticas. Isso envolve, também, o estabelecimento de conselhos de administração e fiscal.

Se quiser conversar com um de nossos conselheiros, entre em contato.

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