NESTA EDIÇÃO:
* Fenômeno chinês: jovens fingem que trabalham em escritórios ‘fictícios’
* Cultura & Pessoas: Papéis e responsabilidades: o desafio dos conselhos e das organizações
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Olá! Esta é a sua newsletter da ACBrasil
Um clipping sobre as iniciativas da ACBrasil e temas relevantes para a governança corporativa
Na China, jovens profissionais frequentam escritórios ‘fictícios’ e fingem que trabalham
Um inusitado fenômeno vem ocorrendo na China, onde o nível de desemprego chega a 14%: com dificuldade para se inserir no mercado de trabalho, jovens estão pagando parapoder frequentar escritórios “fictícios” – e sem trabalhar. Esse tipo de espaço está surgindo em outras grandes cidades da China. No geral, eles se parecem com escritórios totalmente funcionais, equipados com computadores, com acesso à internet, sala de reuniões e salas para tomar um chá.Biao Xiang, diretor do Instituto Max Plack de Antropologia Social, na Alemanha, afirma que a tendência de “fingir que trabalha” na China vem de “um sentimento de frustração e impotência” diante da falta de oportunidades de emprego. O fenômeno chinês tem algo a ensinar aos gestores no Brasil? Uma reportagem sobre o tema pode ser acessada aqui:
Opinião
Necessidades psicológicas e sociais
Tânia Zambelli, do Comitê de Cultura e Pessoas
O artigo “Por que muitos chineses pagam para ir a escritório e fingir que trabalham”, na minha opinião, revela um fenômeno que, embora possa parecer curioso em uma primeira leitura, traz à tona dimensões relevantes do comportamento humano e das transformações do mundo do trabalho.
Penso que, o movimento de jovens desempregados que optam por pagar para frequentar escritórios não deve ser interpretado apenas pela ótica do “fingir que se trabalha”, mas sim como expressão de necessidades psicológicas e sociais. Primeiramente, observa-se a busca por pertencimento: estar em um espaço compartilhado mitiga o isolamento e resgata a sensação de inclusão em um grupo socialmente ativo. Em segundo lugar, há o apoio mútuo: conviver com pessoas que enfrentam a mesma realidade de incertezas cria um ambiente de solidariedade, em que a troca de experiências e o encorajamento coletivo funcionam como suporte emocional.
Outro aspecto relevante, que vejo, é a redução da ansiedade diante da espera por uma oportunidade profissional. O simples ato de manter uma rotina em um espaço físico estruturado pode trazer sensação de propósito e continuidade, preservando a autoestima e a disciplina. Além disso, esses ambientes oferecem condições propícias à construção de relacionamentos, redes de contato e práticas de colaboração, que podem, eventualmente, se converter em parcerias de trabalho ou projetos empreendedores.
Dessa forma, o que poderia ser interpretado apenas como uma simulação de atividade laboral pode, em verdade, ser compreendido como um experimento social voltado ao desenvolvimento de competências e habilidades essenciais ao mundo contemporâneo. Trata-se de um movimento que evidencia a criatividade dos jovens ao elaborar estratégias coletivas para enfrentar um cenário de instabilidade no mercado de trabalho, transformando a aparente ociosidade em oportunidade de crescimento individual e coletivo.
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As opiniões dos articulistas não refletem, necessariamente,
a posição da ACBrasil a respeito dos temas abordados.
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Cultura & Pessoas
Papéis e responsabilidades: o desafio dos conselhos e das organizações
Definir papéis e responsabilidades talvez seja uma das maiores dificuldades que enfrentamos na vida e nas empresas não é diferente. Quando falamos de órgãos colegiados, como conselhos administrativos e consultivos, a clareza sobre quem faz o quê e para onde os esforços se direcionam torna-se crucial para o desenvolvimento e crescimento sustentável das organizações.
Nós, conselheiros, estamos com o” guarda-chuva” nas mãos. A “chuva” são desafios vindos de todos os lados. Cabe a nós perceber sua direção e ajustar o “guarda-chuva” de forma adequada, cuidando dos assuntos que realmente impactam a evolução das organizações. Para isso, é preciso flexibilidade dentro do papel que exercemos tendo como desafio central: atuar com clareza, responsabilidade e adaptabilidade.
Os desafios em definir papéis e responsabilidades
Nas organizações, a falta de clareza pode gerar conflitos, ineficiência e desengajamento. Entre os principais obstáculos estão:
Ambiguidade nas funções: mudanças constantes podem gerar sobreposição de papéis e lacunas nos resultados.
Cultura organizacional: empresas que valorizam flexibilidade muitas vezes resistem a delimitar responsabilidades de forma clara.
Comunicação deficiente: sem alinhamento sobre expectativas, surgem mal-entendidos e baixa performance.
Estruturas complexas: em grandes organizações, definir responsabilidades pode ser desafiador pela interconexão das áreas.
Ambiente de negócios em transformação: mudanças rápidas exigem atualização constante das funções.
Liderança pouco desenvolvida: sem líderes preparados, as equipes carecem de direcionamento.
E osconselhos comose posicionam em relação aopapel e responsabilidade central na governança?
Sendo responsáveis por decisões ou recomendações estratégicas, supervisão da gestão e alinhamento aos interesses dos acionistas e demais stakeholders. Destaco algumasprincipais responsabilidades dos conselhos :
- Definir visão, missão e estratégia
- Selecionar e avaliar a alta administração
- Supervisionar a gestão e cobrar resultados
- Aprovar políticas e planos estratégicos
- Gerenciar riscos e garantir conformidade
- Representar os interesses dos acionistas/membros
- Promover transparência e responsabilidade
- O Modelo Mental dos Acionistas
- Para uma boa governança, é essencial que os conselheiros entendam o modelo mental dos acionistas, que inclui:
- Alinhar as expectativas de retorno sobre o investimento
- Confiança na administração
- Percepção de riscos e oportunidades
- Atenção às expectativas sobre transparência e governança
Uma reflexão : Como estamos olhandoe cuidando disto? Percebo que em muitas empresaseste olharnão está presente, muitas vezespor faltade conhecimentosobre aimportância do conselho.
Trabalhar a governança ,atribuindo papeise responsabilidades , exige algumascapacidades como, incentivar comunicação aberta e transparente, avaliar funçõese papeis periodicamente, investir emformação da liderança, alinhar a estrutura organizacional ao objetivos estratégicos dentre outros .
Cuidar destealinhamento constanterequer resiliência , constância e determinação, impactando diretamente na colaboração, na reputação e na construção de bases sólidaspara ofuturo da organização.
E na sua empresa , como estes pontos estão sendo cuidados ?
Karina Pincelli Izzo, headdo Comitê Culturae Pessoas
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A maioria das vagas de conselheiros é preenchida através de networking.
Na ACBrasil você pode criar e fortalecer contatos e parcerias.
Fale com a gente: contato@acbrasil.org.br
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Participe do II Fórum ACBrasil
Aproximadamente 150 pessoas participaram das atividades do II Fórum da ACBrasil, ao longo do último dia 21 de agosto, nas dependências do Instituto Mackenzie. Ligia Yokomizo, uma das organizadoras do evento, elogiou as instalações e destacou “o clima positivo do evento, que mantém nosso clima descontraído e aproxima os associados”. Segundo ela, os resultados superaram as expectativas, com destaque para os painéis, que aconteceram pela manhã e à tarde:
– M&A, comFábio Boucinhas eMárcio Waldman (presidente da ACBrasil). Mediação deGeorge Bonfim
– Governança no Setor de Óleo e Gás, com Sérgio Araújoe José Lima de Andrade Neto
– Economia Circular para líderes e conselheiros, com Leandro Farah (mediador), Beatriz Luz (Ibec) e Kátia Silva (Ideal Work)
– Empresas familiares e sucessão, com Ligia Yokomizo(mediadora),Márcia Mikami Shinohara, Artur Neves e Lia Pullen.
– Diversidade em Conselhos, comFelícia Hauache(mediadora),Adriana Chaves, Sílvia Abreu e Fabiano Machado.
Também ressaltando o sucesso do evento, Carlos Alberto Ercolin, presidente executivo da ACBrasil, agradeceu as parcerias que viabilizaram o Fórum: “O Mackenzie nos recebeu com muito carinho. Agradecemos muito também à XP INOVE, nossa patrocinadora; e à parceria com a ABRH. Tivemos casa cheia, palestras ricas e network de altíssimo nível”, observou Ercolin.
O Fórum também foi marcado pelo lançamento do segundo livro colaborativo da Associação (ver: “Dicas de Leitura”) e,à noite, um happy hour garantiu o clima de descontração – ao mesmo tempo que promoveu um intenso networking e a adesão de novos associados à ACBrasil.
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Vagas em Conselhos
Contatos estabelecidos pelos comitês da ACBrasil com PMEs estão gerando os primeiros resultados – vagas em Conselhos Consultivos. Para quem ainda não é associado, fica a dica: una-se à ACBrasil e pratique a governança nas vagas oferecidas por seus parceiros.
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Dicas de leitura

Histórias do Conselho – Mosaico da Governança
“Histórias reais, desafios reais, soluções reais para a governança corporativa”: estes são os temas centrais de “Histórias do Conselho – Mosaico da Governança”, livro colaborativo que contou com a participação de 14 associados da ACBrasil, sob a organização de Ricardo Maltz, do Comitê de Cultura e Pessoas. O lançamento da obra aconteceu no II Fórum da ACBrasil. A obra pode ser adquirida através do site:
https://loja.infinitepay.io/acb-517/djy3949-livro-acb
Histórias do Conselho – Mosaico da Governança, Ricardo Maltz (org.). Print LIvros, 2025,150 páginas.
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Datas
9 de setembro – Dia do Administrador
O Dia do Administrador é celebrado anualmente em 9 de setembro, pois foi nesta data em 1965 que a lei que regulamentou a profissão de administrador foi sancionada no Brasil, estabelecendo os conselhos federal e regionais de administração. A data homenageia os profissionais que atuam na administração pública e privada, celebrando seu trabalho e impacto na sociedade. _____________________________________________________________________
ACBrasil
Pela integridade na governança
A Associação de Conselheiros do Brasil (ACBrasil) tem por finalidade promover, fortalecer, congregar e representar profissionais que atuam como conselheiros em organizações públicas e privadas, com e sem fins lucrativos, tendo como meta implantar princípios e práticas de Governança Corporativa, em prol do desenvolvimento sustentável, considerando os negócios como catalisadores das mudanças necessárias e gerando impacto positivo sobre a sociedade.