NESTA EDIÇÃO:
* Sucessão familiar: finitude e esvaziamento de poder
por Ricardo Maltz
*Soft skills e inovação: o equilíbrio essencial para a qualidade no atendimento
por Ronaldo Barbosa
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Olá! Esta é a sua news letter da ACBrasil
Um clipping sobre as iniciativas da ACBrasil e temas relevantes para a governança corporativa
Sucessão familiar e a ‘cabeça do dono’
A sucessão familiar não pode estar só em um grande plano secreto dentro da cabeça do dono do negócio: tem de ser posto na mesa, com os familiares e com uma governança competente e independente. Segundo dados da Fundação Dom Cabral,71% das empresas de médio porte são familiares. A maioria delas (76,2%) sequer deu os primeiros passos no processo de sucessão. E apenas 10% têm a terceira geração no controle acionário, ou seja, poucos netos alcançam o topo. Uma reportagem sobre o tema pode ser acessada aqui:
https://valor.globo.com/empresas/media-e-mais/noticia/2025/09/04/sucessao-nao-pode-estar-so-na-cabeca-do-dono-do-negocio.ghtml
Opinião
Finitude e esvaziamento de poder
Ricardo Maltz, do Comitê de Empresas Familiares da ACBrasil
https://www.linkedin.com/in/ricardogmaltz/O sucesso em processos de sucessão em empresas familiares depende de uma combinação de regras bem definidas, que normatizam a boa convivência entre diferentes paradigmas – da empresa e da família – e que não raro coabitam em um mesmo ambiente.
Frases assim (e esta foi escrita por mim) encontramos em abundância. Esta afirmação é verdadeira? Sim, mas é apenas parte da verdade. Há inúmeras outras variáveis que transitam por instâncias que nem sempre observam as prescrições e que não respondem aos padrões que entendemos como racionais.
É especificamente sobre algumas destas variáveis que gostaria de escrever. Elas ajudam a explicar porque não raro “a sucessão permanece só na cabeça do dono do negócio”.
A empresa nasce da coragem e audácia de alguém que empreende e que a fundou. E ela será, durante sua existência, o único objeto com quem este fundador manterá uma relação visceral. Como a mãe que mantém com seu(s) filho(s) uma relação visceral, porque o(s) filho(s) saíram de dentro da mãe, a empresa saiu da cabeça do fundador. Na perspectiva emocional os efeitos se equivalem.
Para poder dar forma ao planejamento da sucessão e “não ficar somente na sua cabeça”, é importante, senão necessário, que este fundador primeiramente transponha e resolva questões internas, que não atuam no campo da racionalidade. Precisará conviver com a ideia da finitude, ideia que parece não existir enquanto não nos confrontamos com ela. E sucessão traz consigo a lembrança da existência da finitude.
A sucessão também traz consigo a sensação de esvaziamento de poder, algo que poderá levar este fundador a reviver ansiedades típicas daquelas vivenciadas na primeira infância, provocando movimentos regressivos, interrompendo a evolução do planejamento sucessório.
Estas são algumas das variáveis que mencionei ao início deste texto. O fundador que não resolver estas questões não conseguirá dar início ao planejamento e, pior, não conseguirá oportunizar a perpetuidade para sua obra e criação e não conseguirá oportunizar a perpetuidade para sua obra e criação.
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As opiniões dos articulistas não refletem, necessariamente,a posição da ACBrasil a respeito dos temas abordados.
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Cultura & Pessoas
Soft skills e inovação: o equilíbrio essencial para a qualidade no atendimento
Ronaldo Barbosa, do Comitê de Cultura e PessoasdaACBrasil
https://www.linkedin.com/in/ronaldofernandesbarbosa/
Recentemente, um post no LinkedIn me provocou uma reflexão profunda sobre um tema que, embora recorrente, parece ganhar contornos cada vez mais preocupantes: o despreparo da nova geração que ingressa no mercado de trabalho para lidar com o atendimento pessoal e presencial. A publicação destacava não apenas a falta de habilidade, mas também a resistência — quase aversão — de muitos jovens em interagir diretamente com pessoas. Essa constatação, longe de ser apenas um desabafo, revela uma tendência que pode comprometer seriamente a qualidade dos serviços prestados, especialmente em empresas cuja essência está no relacionamento humano.
Em se tratando de negócios voltados à prestação de serviços, essa lacuna se torna ainda mais crítica. Afinal, o atendimento personalizado deveria ser o diferencial competitivo dessas empresas frente aos concorrentes. A capacidade de ouvir, compreender e resolver demandas de forma empática e eficaz é, ou deveria ser, um dos pilares da excelência no serviço. No entanto, o que se observa é uma crescente substituição do contato humano por interfaces digitais, muitas vezes frias e limitadas.
É preciso reconhecer, claro, o valor da inovação. Os processos automatizados, o uso de inteligência artificial e as plataformas digitais trouxeram ganhos inegáveis em agilidade, precisão e escalabilidade. Mas essa evolução não pode prescindir da manutenção de canais de atendimento pessoal. Parte significativa dos clientes — especialmente os mais velhos ou aqueles em situações complexas — ainda valoriza (e exige) o cuidado humano. Ignorar essa demanda é negligenciar uma fatia importante do mercado.
Exemplos dessa realidade estão por toda parte. Nos fast foods, os pedidos são feitos em totens ou aplicativos, e o contato humano se resume à entrega do produto. Nos serviços públicos, como o atendimento pelo número 135 do INSS, o usuário enfrenta menus automatizados que muitas vezes não contemplam todas as situações possíveis. E quando finalmente consegue falar com alguém, é comum se deparar com profissionais despreparados ou desmotivados, o que agrava ainda mais a experiência.
Dados recentes reforçam essa preocupação. Segundo um relatório da Great People & GPTW, 68,1% das empresas afirmam ter dificuldade em lidar com a Geração Z no ambiente de trabalho1. Essa geração, nascida entre 1996 e 2010, é altamente conectada, mas demonstra menor disposição para interações presenciais e maior expectativa por ambientes digitais e flexíveis. Embora isso represente uma evolução em muitos aspectos, também exige das empresas uma adaptação cuidadosa para não perder o vínculo humano essencial ao bom atendimento.
Portanto, o desafio que se impõe é encontrar o equilíbrio entre tecnologia e empatia. Investir em inovação é fundamental, mas capacitar pessoas para atender com qualidade, sensibilidade e atenção continua sendo indispensável. O futuro do atendimento não está apenas nos algoritmos — está, sobretudo, na capacidade de ouvir e compreender o outro.
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A maioria das vagas de conselheiros é preenchida através de networking.Na ACBrasil você pode criar e fortalecer contatos e parcerias.
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Iniciativas
Na próxima quarta-feira, dia 1, acontecem a Assembleia Geral Ordinária (AGO) e a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da ACBrasil. O encontro será remoto e começará às 8 horas. Na AGE serão debatidas propostas de alteração de estatuto; e, na AGO, aprovação de contas. No mesmo dia será iniciado o processo eleitoral 2026-2027 para os conselhos de Administração e Fiscal.A diretoria incentiva a participação de todos os associados, incluindo várias candidaturas para os cargos propostos.
Participe! Na próxima quarta-feira, dia 1, a partir das 8 horas, acesse:
https://us06web.zoom.us/j/9938064276?omn=81880580563
Dicas de leitura
Anatomia do Poder
Publicada pela primeira vez em 1983, a obra John Kenneth Galbraith já é considerada um clássico. O autor classifica três tipos de poder – associados a dinheiro, força e ideologia – que constantemente atuam em várias instâncias da vida cotidiana. Galbraith também avaliou as possíveis origensdo poder: ele vem da personalidade ou liderança, propriedade ou riqueza, ou organização.
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Datas
5 de outubro– Dia Nacional da Micro e Pequena e Empresas
A comemoração está associada à data da criação do Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Lei 9.841, de 5 de outubro de 1999). Segundo dados do governo, as MPEs contribuem com 27% do PIB nacional. Cerca de 80% das contratações realizadas em julho deste ano foram feitas por microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP). Mais de 103,6 mil empregos foram gerados pelo setor, de acordo com levantamento do Sebrae, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
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ACBrasilPela integridade na governançaA Associação de Conselheiros do Brasil (ACBrasil) tem por finalidade promover, fortalecer, congregar e representar profissionais que atuam como conselheiros em organizações públicas e privadas, com e sem fins lucrativos, tendo como meta implantar princípios e práticas de Governança Corporativa, em prol do desenvolvimento sustentável, considerando os negócios como catalisadores das mudanças necessárias e gerando impacto positivo sobre a sociedade.
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