Newsletter – ACBrasil
Nº 107–10 de outubro de 2025
Olá! Esta é a sua newsletter da ACBrasil
Um clipping sobre as iniciativas da ACBrasil e temas relevantes para a governança corporativa
A ‘geração Z’ e seus desafios
A geração Z (nascidos entre 1996 e 2010) tem representado um desafio para as corporações: segundo especialistas, estes jovens têm prioridades “diferentes” e estão levando as empresas a pensar de outra forma. Estudiosos do tema recomendam conciliar o potencial da geração Z com outros colaboradores de outras gerações, sem a necessidade de criar uma estratégia específica para este segmento. Um artigo da jornalista britânica Emma Jacobs, do Financial Times, publicado na imprensa brasileira, apresenta mais enfoques sobre o tema (para assinantes):
Opinião
Gerenciando a diversidade
Thaís Nather, do Comitê de Cultura e Pessoas da ACBrasil
O artigo do Financial Times, traz à luz o fato de que, à medida em que cinco gerações distintas coexistem no mercado de trabalho atualmente, as organizações se deparam com um desafio sem precedentes: gerenciar essa diversidade de maneira eficaz.
A convivência intergeracional pode ser uma fonte de inovação e resiliência para as empresas, mas exige uma abordagem estratégica e inovadora, onde a fluidez da comunicação é um dos principais obstáculos. Enquanto as gerações mais antigas preferem a interação pessoal e direta, os mais jovens optam pela comunicação digital e assíncrona. Essa diferença pode levar a mal-entendidos, ruídos ou dificuldades de interpretação.
De acordo com uma pesquisa da Deloitte, 75% dos líderes empresariais consideram a retenção de talentos da Geração Z um desafio crítico, o que destaca a importância de desenvolver estratégias para atender às necessidades dessa geração, que em particular, apresenta desafios únicos para as empresas.
Com uma alta ambição por ascensão profissional acelerada e oportunidades de desenvolvimento, os “GenZs” exigem uma abordagem mais personalizada e flexível. Contraditoriamente, apenas 6% almejam assumir cargos de liderança, refletindo uma redefinição do que é “sucesso”, onde priorizam equilíbrio entre vida pessoal e profissional, aprendizado contínuo, experiências e bem-estar mental, mesmo que para tal ganhem menos ou não tenham o “status” de um cargo de gestão. Almejam uma carreira acelerada, sendo facilmente desmotivados se não houver promoção rápida, muito embora não queiram liderar times, gerando desafios de retenção. Segundo uma pesquisa da PwC, 60% dos líderes empresariais acreditam que a falta de habilidades de liderança entre os jovens profissionais é uma preocupação crescente.
Trata-se de uma geração que valoriza a criatividade, a inovação e a colaboração. Acredito que as empresas que conseguirem criar um ambiente de trabalho que valorize essas características terão mais chances de atrair e reter os melhores talentos, prezando por respeito e, em especial, por uma cultura de colaboração.
Além disso, líderes eficazes, na atualidade, serão aqueles capazes de gerenciar essa diversidade, criando um ambiente que valorize e inclua as diferenças geracionais. Isso pode ser alcançado por meio de programas de mentoria mútua, onde os mais jovens compartilham sua fluência digital e insights sobre novas tendências, enquanto os mais experientes transmitem conhecimento técnico profundo e habilidades essenciais de gestão de crises e inteligência emocional.
Os conflitos geracionais são desafiadores e uma oportunidade para se criar ambientes dinâmicos, produtivos e inovadores. O grande segredo está na capacitação de líderes habilidosos para lidar com perfis diversos, recrutar bem, saber capacitar e realizar bom onboarding para suportar quem chega a se aculturar aos valores da companhia, de modo a evitar turnover.
Feedbacks constantes também são chave para a aproximação dos “GenZs”, que são intensos, ávidos por desenvolvimento e ansiosos por próximos passos, trazendo à tona, a necessidade de uma trilha de carreira clara e métricas de desempenho factíveis e transparentes.
Com uma abordagem estratégica e intencional, as organizações podem aproveitar os talentos e habilidades da Geração Z e criar um futuro mais próspero, coeso e preparado para as mudanças do mercado. Os mais novos, com sua garra, juventude e força de vontade, devem aprender com o legado e experiência dos mais velhos, que por sua vez, têm muito a ganhar em se abrir ao aprendizado com os destemidos jovens, que não se limitam e estão sempre sedentos e prontos para questionar o “status quo”, tão importante para o fomento de inovação!
Se os membros de cada geração tiverem o olhar empático com as demais gerações, com abertura para compreender seus contextos e perspectivas, aprendendo com as diferenças e com a mentalidade de aceitá-las, divergindo para convergir, em respeito e colaboração, será transformador para se alcançar uma cultura organizacional saudável.
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As opiniões dos articulistas não refletem, necessariamente,
a posição da ACBrasil a respeito dos temas abordados.
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Cultura & Pessoas
Distanciamento crítico
Paulo Ariosto, do Comitê Cultura& Pessoas
https://www.linkedin.com/in/paulo-ariosto-balieiro-anastacio-183851/
Gostaria de abordar um tema que li recentemente em um artigo: “Distanciamento crítico na gestão”. O artigo começa com a citação do escritor e diplomata brasileiro Joaquim Nabuco, que afirma: “O patriotismo consiste, muitas vezes, em nos colocarmos na situação do estrangeiro e julgar nosso país como se nada tivéssemos com ele”, extraída de sua obra “Penséesdétachées et souvenirs”, de 1906. O texto discute a necessidade de adotarmos o distanciamento crítico na gestão de equipes.
O ponto crucial aqui é que, muitas vezes, estamos tão imersos na cultura, na gestão e nos objetivos pré-estabelecidos que perdemos a capacidade de realizar uma análise crítica, neutra e isenta. Podemos ter uma alta gestão que é impositora ou carismática; ambas podem levar os colaboradores a não questionar os caminhos tomados, seja por medo (no caso de uma liderança impositora) ou por acreditar que o chefe está sempre certo (no caso de uma liderança carismática).
Seria interessante trazer esse conceito para o âmbito dos conselhos. Como conselheiros, praticar o distanciamento crítico é um exercício importante. Sabemos que a cultura das empresas está profundamente enraizada no dia a dia, nos hábitos dos colaboradores, na alta gestão e no conselho; afinal, o conselho é um dos principais apoiadores dessa cultura. No entanto, essa cultura não deve ser um dogma de fé!
É fundamental olhar para a empresa sob a perspectiva de um concorrente: como eles percebem nossa cultura? Quais são as principais diferenças e semelhanças? E, do ponto de vista de nossos stakeholders, como nos veem? Será que nossa visão é a mesma que a deles? Certamente não; as percepções são diferentes. No entanto, compreender essa diversidade de visões pode nos ajudar a corrigir rumos ou identificar ajustes que se façam necessários.
Embora pareça simples, desvincular-se de algo que se tornou sólido e inquestionável em nosso pensamento é extremamente desafiador. Exercitar o distanciamento crítico requer grande disciplina: é preciso olhar para a empresa como se não a conhecêssemos, ser crítico e isento, desvinculando-se de conceitos e ideias já enraizados. É como se estivéssemos tendo o primeiro contato com a cultura da empresa. Esse exercício deveria ser proposto aos conselheiros de forma periódica, permitindo que o conselho se olhe no espelho e analise friamente o reflexo que aparece.
Devemos questionar cada aspecto, entender por que fazemos algo há tanto tempo e se ainda faz sentido continuar nesse caminho.
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A maioria das vagas de conselheiros é preenchida através de networking.
Na ACBrasil você pode criar e fortalecer contatos e parcerias.
Fale com a gente: contato@acbrasil.org.br
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Iniciativas
AGO, AGE e eleições para os conselhos da ACBrasil
OConselho de Administração da ACBrasil parabeniza os associados pela maciça participação na AGE-AGO, que ocorreu no último dia 1º.
O processo para eleição do próximo Conselho de Administração e Conselho Fiscal já começou e vai até dia 31. As campanhas começam em novembro, para a eleição em dezembro. Todos os associados estão convidados a participar: serão cinco vagas para o CA e três para o CF.
Congresso Internacional da ACBrasil em 2026
O sucesso do I e II Fórunsda ACBrasil fez o evento transformar-se: a partir do ano que vem haverá o primeiro Congresso Internacional da associação, no primeiro semestre. Patrocínios para o evento já estão sendo alinhavados.
Vagas em Conselhos
Contatos estabelecidos pelos comitês da ACBrasil com PMEs estão gerando os primeiros resultados – vagas em Conselhos Consultivos. Para quem ainda não é associado, fica a dica: uma-se àACBrasil e pratique a governança nas vagas oferecidas por seus parceiros.
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Dicas de leitura

Filosofias de investimento
O autor explora muitas filosofias de investimento já comprovadas pelo tempo e que vêm sendo utilizadas por investidores ao longo dos anos – desde investimento em valor e em crescimento a investimento em análise técnica e timing de mercado. A obra também avalia alguns dos investidores que fizeram com que essas filosofias funcionassem.
.Filosofias de investimento – Estratégias bem-sucedidas e os investidores, de AswathDamodaran. Editora QualityMark, 2007; 534 páginas.
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Datas
10 de outubro – Dia Mundial da Saúde Mental
A data foi instituída em 1992 pela Federação Mundial da Saúde Mental para conscientizar e combater o estigma em torno dos transtornos mentais, promover o bem-estar psicológico e garantir o acesso universal à saúde mental – tema que vem ganhando espaço na agenda pública e também na agenda das corporações.
19 de outubro – Dia do Profissional de Tecnologia da Informação
Embora não seja uma data oficial estabelecida por lei, ela reconhece a crescente e essencial importância desses profissionais para o desenvolvimento tecnológico e a sociedade – seja para usuários individuais, seja para empresas. Profissionais de Tecnologia da Informação (TI) são responsáveis por diversas funções, incluindo programação e desenvolvimento de softwares, análise de sistemas e bancos de dados, configuração e gerenciamento de redes, segurança de informações e suporte tecnológico.
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ACBrasil
Pela integridade na governança
A Associação de Conselheiros do Brasil (ACBrasil) tem por finalidade promover, fortalecer, congregar e representar profissionais que atuam como conselheiros em organizações públicas e privadas, com e sem fins lucrativos, tendo como meta implantar princípios e práticas de Governança Corporativa, em prol do desenvolvimento sustentável, considerando os negócios como catalisadores das mudanças necessárias e gerando impacto positivo sobre a sociedade.



