Parece uma coisa antiga e muitos podem dizer… Ahhh… isso sempre existiu! Mas não é verdade. Não é verdade porque nós estamos vivendo atualmente a era do conhecimento e, no passado, os jovens aprendiam com o trabalho em si, todos nós aprendíamos com a execução do trabalho. Já nos dias atuais, estudar e aprender se tornou o trabalho em si.
Os jovens chegam na sua fase de ingresso no mercado de trabalho com uma qualidade e um volume de informação impressionantes. E com questionamentos consistentes, até por conta da base de dados que possuem hoje! Porque informação e dados não lhes faltam, são acessíveis. O que faltam são profissionais com capacidade analítica para compilar e traduzir tudo isso em cenários, em políticas, diretrizes, metas e processo de gestão. Ao se observar os funcionários na faixa de idade 50+, seu conhecimento é baseado exclusivamente no lifelong learning.
Hoje existe uma questão debatida por todos quando se fala em diversidade e ESG (Environmental, Social and Governance). O modelo que se juntou à essa sigla tem uma estreita relação com mudança de posicionamento, com estratégia da companhia e não mais apenas com um projeto executivo. Não é apenas um projeto de um CEO ou de alguma diretoria, e sim, um posicionamento da empresa e que vem através dos seus Conselhos de Administração.
O grande ponto nessa questão do ESG é isso: o tema passou para um ambiente de estratégia. Mas por que falar de ESG? Porque a sociedade 5.0 vem mudando seu comportamento e, obviamente, se a sociedade muda seu comportamento, obrigará as empresas a mudar o seu posicionamento, e por consequência, seu modelo de negócio, seu modelo de atuação e seu modelo de gestão.
A questão da diversidade geracional está nesse centro de gravidade de transição, nós estamos em um processo de transição de governança corporativa muito mais acelerado depois da tragédia da pandemia. Os indivíduos 50+ foram formados em uma escola de administração e governança funcional e passaram também pela governança matricial. Já a maioria dos profissionais que estão entre 35 e 50, e que são a base da força de trabalho das empresas, iniciaram pela matricial e agora estão vivendo a base de transição da gestão por projetos. Por fim, os indivíduos que iniciam agora sua carreira, abaixo de 30 anos, já trazem esse modelo mental de gestão por projetos, em função da sua formação, principalmente de 2006 em diante, devido a modelagem das startups.
As novas metodologias ágeis de operação, de gestão e de entrega implicam diretamente em uma política de gestão e de governança por projetos. Portanto, entendo que, colocando à parte a questão das demais diversidades, que são visíveis e estatísticas, a diversidade geracional é o maior problema hoje dentro das empresas, no que se refere a fluidez de governança de gestão, e é, sem sombra de dúvida, o maior índice de ruído nesse ambiente.
A solução para essa questão, sob meu ponto de vista, é realmente acelerar o processo da governança de gestão por projetos no ambiente corporativo, isso faria com que a força de trabalho jovem, de meia idade e os 50+ consigam se complementar e encontrar as soluções para os problemas da empresa, de forma coletiva, colaborando para a criação das soluções, cada um agregando valor com as suas competências estabelecidas.
Nesse ambiente, os conselhos de administração e conselhos consultivos exercem um papel fundamental e estratégico na viabilização dessa transição.