Newsletter – ACBrasil
Nº 100 – 4 de julho de 2025
Olá! Esta é a sua newsletter da ACBrasil
Um clipping sobre as iniciativas da ACBrasil e temas relevantes para a governança corporativa
PMEs são alvo de 8,5 mil ataques cibernéticos em 2025
Somente este ano, quase 8,5 mil usuários de pequenas e médias empresas brasileiras foram alvo de ataques cibernéticos em que softwares maliciosos ou indesejados foram disfarçados como ferramentas populares de produtividade online. A informação, divulgada nesta semana, é da Kaspersky, empresa global de segurança cibernética. Segundo o levantamento da empresa, as “iscas” mais comuns incluíram Zoom e Microsoft Office, com serviços baseados em IA mais recentes, como ChatGPT e DeepSeek, sendo cada vez mais explorados por invasores. Uma notícia sobre o assunto pode ser acessada aqui:
Opinião
Segurança cibernética para PMEs: conscientização como pilar de gestão de riscos
Marcos Nassutti, Álvaro Igrejas e Antonio Almeida
O alerta da Kaspersky, de 30 de junho de 2025, expõe uma realidade incontornável: 8,5 mil usuários de PMEs sofreram ataques cibernéticos este ano, com malwares disfarçados de ferramentas como Zoom, Microsoft Office e serviços de IA como ChatGPT. Para conselheiros de administração, a mensagem é inequívoca: a gestão de riscos corporativos exige priorizar a conscientização como linha de frente contra ameaças cibernéticas. Em um cenário onde a sofisticação dos ataques cresce e os recursos das PMEs são limitados, capacitar colaboradores e lideranças é não apenas estratégico, mas indispensável.
Conscientização: a base da resiliência cibernética
Os dados da Kaspersky são alarmantes. Arquivos maliciosos imitando Zoom representaram 41% das ameaças, enquanto malwares disfarçados de ChatGPT cresceram 115% em 2025. Phishing e spam, que seduzem com promessas de marketing ou crédito, exploram a confiança humana. Esses ataques não se valem de falhas tecnológicas, mas de erros humanos – um risco crítico para PMEs com equipes enxutas. A conscientização transforma colaboradores em defensores, mitigando vulnerabilidades que tecnologia sozinha não resolve.
A nova realidade cibernética exige atenção redobrada. Um clique em um e-mail de phishing pode desencadear ransomwares ou vazamentos de dados, ameaçando finanças, reputação e continuidade do negócio. A ausência de uma cultura de cibersegurança é uma falha de governança que conselheiros não podem tolerar. Investir em conscientização é tão vital quanto gerenciar riscos financeiros ou operacionais.
Estratégias práticas para uma cultura de conscientização
Com base nos desafios apontados pela Kaspersky, destaco cinco ações práticas para PMEs fortalecerem a conscientização e a gestão de riscos cibernéticos:
- Treinamentos frequentes e práticos: realize sessões mensais ou, no máximo, trimestrais para ensinar a identificar phishing, links suspeitos e ofertas enganosas, como as citadas pela Kaspersky. Simulações de ataques reais reforçam o aprendizado e mantêm a vigilância.
- Comunicação constante: use e-mails internos, cartazes ou mensagens no WhatsApp para lembrar boas práticas, como verificar URLs e evitar compartilhar senhas. A Kaspersky alerta que invasores exploram distrações com links falsificados.
- Engajamento da liderança: gestores devem participar de treinamentos e promover a segurança como prioridade, legitimando a cultura de proteção de cima para baixo.
- Atenção a ferramentas populares: alerte sobre plataformas como Zoom, Teams e ChatGPT, alvos frequentes de malwares. Oriente baixar softwares apenas de fontes oficiais.
- Canal de reporte seguro: crie um e-mail ou contato para relatar incidentes sem represálias. Identificar rapidamente ameaças, como phishing no Google, pode limitar danos.
Mitigação adicional: o papel do seguro cibernético
Além da conscientização, PMEs podem limitar riscos financeiros com seguros para riscos cibernéticos. Contudo, seguradoras exigem padrões rigorosos, como tecnologias adequadas (antivírus, firewalls) e práticas robustas de conscientização, incluindo treinamentos regulares. Esse pré-requisito reforça a necessidade de uma cultura de segurança bem estruturada, alinhada às ações acima, para que a empresa se qualifique para essa proteção.
O papel do conselho na governança cibernética
Conselheiros devem integrar a conscientização à governança corporativa, exigindo políticas claras, monitorando indicadores (como taxas de cliques em simulações de phishing) e assegurando recursos para treinamentos. Para PMEs com orçamentos restritos, parcerias com associações ou plataformas online de capacitação são soluções viáveis. O conselho deve cobrar relatórios regulares sobre incidentes e avanços, tratando a cibersegurança como risco estratégico prioritário.
Um chamado urgente
A escalada das ameaças cibernéticas, como revelado pela Kaspersky, torna a gestão de riscos cibernéticos uma realidade inescapável para PMEs. Não é mais uma questão secundária, mas uma prioridade que supera paradigmas do passado. Como conselheiros, nosso dever é guiar as PMEs a construírem uma cultura de conscientização que transforme cada colaborador em um pilar de defesa. Investir nisso hoje é assegurar a resiliência e a competitividade das PMEs amanhã.
Fonte:
https://securelist.com/smb-threat-report-2025/116830/
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As opiniões dos articulistas não refletem, necessariamente,
a posição da ACBrasil a respeito dos temas abordados.
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Negócios em família
Paradigma da empresa x Paradigma da família e a sucessão em empresas familiares: fatores que obstaculizam o processo sucessório e colocam em risco a perenização da empresa
Ricardo Maltz, do Comitê de Empresas Familiares
Os números causam apreensão. Aproximadamente 70% das empresas familiares não realizam a passagem do fundador para a geração seguinte, o que sugere um índice alto de mortalidade. Estudos mostram que, no conjunto, em nível mundial, empresas familiares e administradas pelas famílias são responsáveis por mais da metade dos empregos gerados, sugerindo um olhar atento para empresas com estas características. No Brasil, a expectativa média de vida de empresas não-familiares é de 12 anos; as de controle familiar, apenas nove anos, sendo que apenas 30% delas chegam à segunda geração e 5% à terceira geração (OLIVEIRA, 2006).
O universo empresarial está inserido em um mundo de mudanças rápidas, com tecnologias que disponibilizam dados e informações que permitem decisões assertivas e rápidas, elevando o grau de competitividade dos mercados em que atuam. No bojo desse contexto, a perpetuidade das empresas familiares passa pela boa convivência de sua estrutura formal, a relação com o mercado e as relações com a família. Este conjunto de questões, interagindo, constitui o cerne da questão para a continuidade destas empresas. Uma interação com problemas e sem harmonia pode se tornar uma ameaça e fator crítico no quesito perenização.
O processo de sucessão em empresas familiares, não obstante o lado racional e com foco em linha prescritiva normativa, poderá encontrar obstáculos com tamanho grau de complexidade que podem provocar a descontinuidade da empresa e por isto merecem atenção próxima, por sua relevância. Cito abaixo alguns destes obstáculos e que considero muito relevantes:
– a transferência de poder e liderança entre gerações.
– a transferência de poder e o mito da harmonia.
– o choque inevitável entre os paradigmas da empresa, que se move pelo modelo racional e da família que se move pelo modelo afetivo
– a aderência por parte do grupo que forma o interior e o dia a dia dasorganizações.
É neste mundo de lógica econômica que as empresas familiares em processo de sucessão buscam sobreviver ao choque causado pelo encontro destes dois paradigmas: o da empresa, em que a racionalidade instrumental molda a forma de condução dos negócios, e o da família centrado no modelo subjetivo e afetivo. Uma governança corporativa robusta e bem estruturada poderá ajudar muito nesta travessia, complexa em sua gênese pela existência de inúmeros aspectos racionais e afetivos interconectados. Sobre este e outros temas referentes à governança corporativa e empresas familiares, consulte a ACBrasil:[email protected]
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A maioria das vagas de conselheiros é preenchida através de networking.
Na ACBrasil você pode criar e fortalecer contatos e parcerias.
Fale com a gente: [email protected]
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Cultura & Pessoas
Gestão humanizada: uma abordagem desafiadora
Karina Izzo, head doComitê deCultura e Pessoas
Estamos vivendo em um mundo de transformações aceleradas, onde mudanças tecnológicas, sociais e geracionais são uma constante. As empresas que desejam se manter relevantes precisam repensar não apenas seus produtos ou serviços, mas principalmente sua cultura e modelo de gestão.
Nesse contexto, as estratégias com foco noser humanopassam a ser ponto focal no sistema organizacional. Como construir relaçõesde confiança , trabalhar oengajamnetoe um ambiente organizacional saudável ? Contamos comuma gestãoque trabalha todos estes pontos : A gestão humanizada.
O que é gestão humanizada?
Gestão humanizada é uma abordagem que coloca as pessoas no centro das decisões da empresa ,reconhecendo principalmente , suas emoções, histórias, talentos, limitações e potencialidades, propondo práticas focadas na escuta ativa, empatia, respeito à diversidade, cuidado com o bem-estar e promoção de ambientes psicologicamente seguros. A gestão humanizada entende que desempenho ,resultadoe saúde organizacional caminham juntos.
Esta abordagem na gestão, passa a ser um pilar estratégico para o sucesso organizacional , promovendo relações de confiança, engajamento genuíno e um ambiente saudável para crescimento dos negócios.
E qual o papel da cultura?
Implantar umacultura naabordagem humanizadaé umgrande desafio para a organizaçõesonde oresultado aqualquer custoé o principal foco. No entanto, as liderançasestão mudandoa formade pensar no que serefere a: resultados X qualidade das relações no trabalho. Em contextos de mundosanteriores ,na minhaopinião ,estes dois pontos eramcompetidores .Uma culturana abordagemhumanizada caminhade :resultado X qualidade no trabalho ;para : resultado E qualidade dasrelações no trabalho.
Neste novo modelo a cultura favorece um ambiente de:
– Transparência e confiança como base das relações
– Valorização da escuta e do diálogo, substituindo a lógica do comando-controle
– Autonomia com responsabilidade, fortalecendo o senso de pertencimento
– Cuidado com a saúde emocional e mental dos colaboradores
– Diversidade, inclusão e equidade, não como discurso, mas como prática cotidiana
Empresas que adotam uma gestão centrada nas pessoas apresentam, segundo estudos:
– Maior engajamento e retenção de talentos
– Redução do absenteísmo
– Clima organizacional mais saudável
– Colaboradores mais criativos, colaborativos e resilientes
– Melhor reputação de marca
– Resultados sustentáveis, com impacto positivo em longo prazo
Caminhos para a transformação. Quais os desafios?
Humanizar a gestão exige coragem para rever modelos ultrapassados. Mudar a mentalidade das lideranças que ainda operam por medo e controle, transformar estruturas rígidas em modelos mais flexíveis e adaptáveis, tornar a cultura coerente com o discurso e desenvolver lideranças empáticas preparadas para lidar com a complexidade humana, são alguns dos desafios dessa mudança.
O caminho passa por educação corporativa, escuta ativa e um compromisso da alta liderança com o bem-estar das pessoas.
Concluindo: a cultura e gestão humanizada não são “modismos” ou ações isoladas de RH, são escolhas estratégicas. Num mundo cada vez mais consciente, empresas que cuidam de pessoas se tornam mais fortes, inovadoras , sustentáveis e perenes . O futuro dos negócios está em liderar com propósito e humanidade. Deixo umareflexão :
“Empresas são feitas por pessoas. Quando elas estão bem, os negócios prosperam.”
Será que sua equipe percebe esse cuidado no dia a dia?
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Iniciativas
A edição nº 100
A newsletter da ACBrasil chega à sua centésima edição: em dois anos, tem trazido regularmente informações, opiniões e análises pertinentes ao campo da governança corporativa, visando contribuir com a constante atualização de conselheiros quanto a seu campo de atuação; e estimular a constante reflexão sobre as melhores práticas.
A centésima edição é um importante marco, que está pautado em um dos objetivos da existência da associação: produzir material relevante que venha a contribuir com boas práticas de governança e sustentabilidade para as PMEs.
Participe também desta bem sucedida iniciativa da ACBrasil: colabore, opine e divulgue com a newsletter, que é de todos os associados.
Onboardingna ACBrasil
Por iniciativa do Comitê de Cultura e Pessoas, os associados que se uniram à ACBrasil a partir de 1º de janeiro estão contando com um processo de onboarding, sendo informados sobre todas as propostas da associação, bem como suas metas e campos de atuação. Nos primeiros meses, os novos associados também contam com o apoio de “anjos da guarda” para esclarecimentos e orientações quanto a novas iniciativas.
Happyhour em São Paulo…
Com patrocínio da Inove, aconteceu no último dia 26 de junho mais um happy hour da ACBrasil, em São Paulo. O encontro tratou de “(Re)posicionamento de marca pessoal”, tendo como palestrantes Regina Nogueira, consultora de rebrandingpessoal; Thaís Nather, do Comitê de Empresas Familiares da ACBrasil; Paulo Sardinha, um dos fundadores da associação.
… E happyhour no Rio
Associados já estão planejando a próxima confraternização no happy hour carioca, que acontecerá em agosto. Em breve serão divulgadas mais informações sobre o evento.
II Fórum ACBrasil
O II Fórum Nacional da ACBrasil acontecerá dia 21 de agosto, nas dependências do Instituto Mackenzie,em São Paulo, e restam poucas cotas de patrocínio. Os interessados (PF e PJ) devem entrar em contato com Isa Degaspari, diretora de parceria e captação de patrocínios: [email protected]
Os ingressos para o II Fórum da ACBrasil começam a ser vendidos na landing page da associação na próxima semana.
Vagas em Conselhos
Contatos estabelecidos pelos comitês da ACBrasil com PMEs estão gerando os primeiros resultados – vagas em Conselhos Consultivos. Para quem ainda não é associado, fica a dica: una-se à ACBrasil e pratique a governança nas vagas oferecidas por seus parceiros.
Captação de investimentos
Vale a pena conferir o último podcast promovido pelo Comitê de Startups e Scaleups da ACBrasil. O encontro reuniu Ligia Yokomizo (head), George Bonfim e Haroldo Barroquello, membros do comitê. Este e outros podcasts promovidos pela ACBrasil estão disponíveis no canal da associação no YouTube:
https://www.youtube.com/@acbrasil
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Dicas de leitura
Tração. Domine os 19 canais que uma startup usa para atingir aumento exponencial de sua base de clientes
Os autores fornecem ferramentas para que toda startup consiga um aumento expressivo no número de clientes. Muitas são malsucedidas não porque têm um produto ruim, mas porque não conseguem ganhar tração. Fazer uma empresa emplacar é difícil. O bom empreendedor sabe que o segredo do sucesso não é a originalidade da ideia, nem o talento da equipe, tampouco quanto dinheiro consegue ganhar. O mais importante é a capacidade de crescer e conquistar cada vez mais clientes. Tração apresenta os 19 canais que sua empresa pode usar para criar uma base de clientes ou fazer crescer uma já existente.
Tração. Domine os 19 canais que uma startup usa para atingir aumento exponencial de sua base de clientes, de Weinberg Gabriel , Mares Justin e Felix Ada. Altabooks, 2018, 256 páginas.
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Datas
5 de julho
Dia do Cooperativismo
O Dia Internacional do Cooperativismo tem por objetivo divulgar o trabalho das cooperativas de todo o mundo, destacando as metas do movimento cooperativo internacional e a sua atuação junto aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). A data é celebrada em aproximadamente 100 países, sempre no primeiro sábado de julho.
A ACBrasil também celebra a importância do cooperativismo, especialmente no Brasil, devido ao desenvolvimento de iniciativas que congregam e constroem instituições e indivíduos que colaboram com a economia e, assim, com a sociedade.
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ACBrasil
Pela integridade na governança
A Associação de Conselheiros do Brasil (ACBrasil) tem por finalidade promover, fortalecer, congregar e representar profissionais que atuam como conselheiros em organizações públicas e privadas, com e sem fins lucrativos, tendo como meta implantar princípios e práticas de Governança Corporativa, em prol do desenvolvimento sustentável, considerando os negócios como catalisadores das mudanças necessárias e gerando impacto positivo sobre a sociedade.