A saúde suplementar no Brasil – aquela que envolve planos e seguros privados de assistência médico-hospitalar – é um mercado em que a insatisfação é geral.
O descontentamento vai desde as operadoras até o usuário final, atingindo em cheio as empresas que oferecem o serviço aos seus funcionários. Todo mundo tem algo a reclamar, seja dificuldade de acesso, prejuízo na operação, judicialização… Velhos e conhecidos dilemas que se arrastam por décadas, sem solução.
Por isso mesmo, o momento não é de listar os danos ou murmurar, e sim de dialogar. Essa é a opinião de Ítalo Martins e Alexandre Reis, membros fundadores da Associação de Conselheiros do Brasil (ACBrasil) com larga experiência na prestação de serviços de saúde. Para eles, nas empresas, é hora de direção executiva e conselhos trabalharem juntos a fim de reduzir custos e aumentar a satisfação.
“O problema da saúde suplementar no Brasil é sistêmico. Este é o momento certo para falar do assunto, pois, se o sistema ruir, todos serão afetados”, afirma Martins, que é cardiogeriatra, atuou 17 anos como CEO de operadoras de saúde e atualmente dirige a startup Fiibo, primeira multiplataforma de saúde e bem-estar do mundo.
“Hoje é muito comum nas empresas o presenteísmo, ou seja, o funcionário está trabalhando, mas sem saúde, então produz pouco. Isso, se não tratado com as ferramentas de governança de saúde ocupacional e assistencial, se transforma em absenteísmo, que mais tarde vira afastamento. É um ciclo prejudicial não só para o colaborador, como também para o empresário”, endossa Reis.
Ele é administrador de empresas e dirige, no sistema Sesi/Senai, o programa de saúde ocupacional e segurança do trabalho das empresas filiadas à Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Além disso, é fundador e presidente da ONG Espaço Pequeno Cidadão, que atende crianças e adolescentes carentes do município de São Gonçalo (RJ).
Foco na prevenção
Embora com formações acadêmicas e experiências profissionais diferentes, os dois associados da ACBrasil têm propostas convergentes para o mercado de saúde suplementar brasileiro. Para eles, tudo começa com a prevenção.
“Quanto mais as empresas usarem a saúde ocupacional e a segurança do trabalho para prevenir doenças, menos impacto haverá no sinistro dos planos de saúde. Hoje, infelizmente, não existe essa percepção”, lamenta Reis.
“Juntar a saúde ocupacional, que é obrigatória por lei, com a saúde assistencial é algo acessível e que gera bons resultados. Por exemplo, quando o funcionário fizer a consulta anual, pode aproveitar para realizar um check-up completo, de forma preventiva”, complementa Martins.
O médico ainda cita, como alternativa para as empresas, o investimento em programas de prevenção como o Empresa Saudável, da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), que promove educação em saúde corporativa. Outra possibilidade, no campo assistencial, é oferecer aos funcionários plano de saúde com abrangência regional – que, na maior parte das vezes, atende bem as necessidades.
Saúde suplementar é tema de webinar da ACBrasil
Entender bem o mercado brasileiro de saúde suplementar e discutir soluções é fundamental para o conselheiro propor as melhores sugestões para os executivos, sobretudo em pequenas e médias empresas. É por isso que a ACBrasil está promovendo o webinar O contexto da saúde suplementar e os efeitos na governança.
O evento acontece no dia 11 de julho, a partir das 19h, com transmissão ao vivo pelo canal da associação no YouTube. Ítalo Martins e Alexandre Reis serão os debatedores, com os conselheiros Antonio Almeida e Carlos Ercolin, respectivamente, como moderador e apresentador.
Para participar, basta se inscrever gratuitamente aqui no site da ACBrasil. Assim, você receberá um aviso por e-mail com o link para não perder nada desta conversa tão importante para as empresas brasileiras, em especial as de pequeno e médio portes.